quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

SABEDORIA 'FRANCISCANA' SOBRE O ÂNIMO

QUEM?
Dr. Francisco Rodrigues de Miranda (1918/1994). Alagoano, marido de Dona Ziláh, advogado, promotor da Justiça, filósofo amador sarcástico e avô desse Editor que aqui escreve.
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COMENTÁRIO
Caros Leitores, meu avô era - sem exagero - um homem fabuloso. Um exemplo para a família e para os amigos. Pessoa séria e simples, de hábitos sóbrios e bondade flagrante. No campo profissional lutou ferrenhamente contra a ditadura militar e, por isso, foi cassado e distituído de seu cargo de promotor. Ficou sem receber salários condignos com sua posição conquistada através de concurso público por muito tempo, até ser anistiado e poder reaver seus proventos através de ações legais. Devido a isso, praticamente não gozou dos benefícios e poucas benesses que essa profissão oferecia, como a estabilidade financeira; mas isso não alterou em nada sua dignidade e seu caráter, pois realizava-se com o pouco-muito que é ter a família e os amigos por perto e bem de saúde. Boa praça, era amante da literatura e praticamente 'descobriu' o nosso cultuado poeta Manoel de Barros, de quem era amigo pessoal. Das alegrias dele, que me lembro, viajar era a maior. E, sempre parando - claro - em todas aquelas barraquinhas de beira de estrada que vendem frutas e outras iguarias e alegrias de quintal que ele adorava trazer para a cidade, talvez como forma de 'reapresentificar' a vida simples do interior, da qual tanto gostava e tinha saudades.
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Bem, fato é que - independentemente desse brevíssimo histórico relatado, pura digreção, diga-se - esse respeitável Senhor patriarca máximo de nossa família, vira e mexe, soltava uma pérola do pensamento crítico e bem humorado que ostentava por trás daquela velha calma alagoana. Assim, ofereço ao deguste dos meus prezadíssimos Leitores essa verdadeira jóia do cinismo e da sabedoria universal de todos os tempos sobre o ânimo.
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Da Redação.
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AFORISMO
"Não desanimeis! Animais, como eu!"
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2 comentários:

Anônimo disse...

Amigo Quaresma, imagino a beleza das pérolas do pensamento crítico advindas de seu avô...que ostra fabulosa seria então esta mente, da qual se extraía verdadeiras raridades...abraços e parabéns!
De seu amigo, Elísio.

Unknown disse...

Um viva ao Francisco e ao Manoel, ambos úmidos de tantas águas, umas de sururu, outras de sucuri.
Abraço grande,
William