sexta-feira, 10 de setembro de 2010

FRIEDRICH NIETZSCHE: A DEPENDÊNCIA VISCERAL DO CRENTE


QUEM?
Friedrich Nietzsche (1844/1900). Filósofo niilista alemão.
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COMENTÁRIO
Nietzsche detestava os carolas, os otários, os crentes. Acreditava que eram seres menores embrulhados por seus próprios pares, por impostores espúrios igualmente inferiores e, o que é pior, ludibriados por vontade própria e pura inclinação voluntária: como cordeiros, como rebanho, como imbecis enganados e manipulados. Culpados, punidos e castigados previamente por uma moral fantasiosa de mundos improváveis pós-mundo, de compensações e castigos intermináveis que - de fato - transformam o mundo real num verdadeiro inferno invivível; pura balela. Para Nietzsche, isso era anti-vida, puro desperdício, perda de tempo. Vidas em vão... Consumidas... Para nada, para uma mentira.
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Nessa passagem, retirada de seu livro O Anticristo, vemos transpirar em seus poros essa agonia que sentia ao divisar ou pensar sobre os cordeirinhos pastando docilmente em torno de seus pastores impostores e suas doutrinas infames. Rascante, profundo, definitivo: Nietzsche.
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CITAÇÃO
"O homem da crença, o 'crente' de toda espécie, é necessariamente um homem dependente - um homem que não é capaz de se propor como fim, que em geral não é capaz de propor fins a partir de si. O 'crente' não se pertence, só pode ser meio, tem de ser consumido, necessita de quem o consuma." (1974:366)
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LIVRO: Obras Incompletas // AUTOR: Friedrich Nietzsche // Coleção Os Pensadores // volume XXXII // EDITORA: Abril Cultural // São Paulo: 1974 // 1a edição

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