QUEM?
Henry René Albert Guy de Maupassant (1850/1893). Notabilíssimo escritor e poeta francês inclinado em suas histórias a criar ambientes psicológicos e também de crítica social lançando mão da interessante técnica de construção literária chamada naturalista. Foi amigo pessoal e discípulo de Gustave Flaubert. Além de romances e peças de teatro, Maupassant deixou 300 contos, todos obras de grande valor.
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COMENTÁRIO
Guy de Maupassant viveu pouco mas produziu muito. O próprio estilo literário conto está intimamente ligado a seu nome. Aos quarenta anos, dez apenas depois de ingressar na carreira literária estimulado pelo grande e notório Flaubert, é acometido de uma doença mental que em pouco tempo se agrava, e ele vem assim a falecer em 1893, aos 43 anos, em La Maison Blanche, famoso sanatório de Passy, depois de uma carreira brilhante e meteórica. Natural da Normandia, belíssima região da França, ele foi mais um notório escritor que - assim como Michel de Montaigne - nasceu e viveu em castelos, ou seja, nasceu em meio à privilegiada burguesia de sua época, o que nem sempre é grande vantagem para um escritor ou aspirante que abraça a profissão das letras. A vida fácil, sem muitas dificuldades para serem superadas, nem sempre é boa amiga da criação artística com as letras. Parece faltar-lhe o suor do pão por ganhar - como diz sabiamente Romain Rolland em Jean-Christophe - algo que enfraquece indubitavelmente a intensidade da arte que quer se exprimir através do artista. Mas, definitivamente, não era este o caso dele. Fato é que, este autor francês, Maupassant, teve grande êxito e ficou conhecido especialmente por seu estilo econômico e simples, que dispensa grandes acontecimentos ou pessoas, e que ainda assim vai ao âmago da vida humana e rouba-lhe o significado mais puro para escrever sua histórias; sempre numa prosa leve e marcada pela suavidade pouco atribulada.
Na passagem escolhida aqui, pinçada a dedo no belo conto Drama Humilde vemos o vulto horripilante e avassalador da morte arrasar com uma família, numa descrição curta e precisa do autor, que fala através da boca de uma velha desconhecida coadjuvante que o narrador encontra por acaso em uma de suas viagens, dentro do belíssimo conto Drama Humilde. Vale lembrar que, ao contrário de muitos autores famosos e reconhecidos, Maupassant prefere ser um proseador das pessoas e acontecimentos simples, singelos, humanos, sem artifícios e sem rebuscamento. Um grande autor que produziu em dez anos a obra inteira de uma vida. Muito bom!
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CITAÇÃO
"- Meu marido morreu. Depois foi a vez de meu pai, em seguida perdi minhas duas irmãs. Quando a morte entra numa casa, é como se quisesse ceifar o máximo para não precisar voltar tão cedo. Só deixa vivas uma ou duas pessoas para que chorem as outras." (pág59)
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LIVRO: Histórias Eternas // AUTOR: Guy de Maupassant // CONTO: Drama Humilde // EDITORA: Cultrix // São Paulo // 1959
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