QUEM? Edgar Morin (1921). Antropólogo, sociólogo e filósofo francês. * COMENTÁRIO O sociólogo francês Edgar Morin é de uma clareza fantástica. Na citação, vemo-lo rezumir muito bem o enredamento absorvente e aprisionador de nossa existência neste mundo determinante formatador, que nos molda à sua imagem e semelhança, consumindo-nos sem que nem mesmo notemos. Trata-se de um grande pensador com uma pena firme e uma prosa clara. Da Redação. * CITAÇÃO "De fato, sofremos limitações de nosso meio natural; somos prisioneiros de nosso patrimônio genético, que produziu e determinou nossa anatomia, nossa fisiologia, nosso cérebro, logo nossa mente/espírito; estamos fechados em nossa cultura, que inscreve em nós, desde o nosso nasciemnto, normas, tabus, mitos, ideias, crenças; estamos submetidos à nossa sociedade que nos impõe leis, regras e interditos; somos mesmo possuídos por nossas ideias, que se apropriam de nós enquanto acreditamos dispor delas. Assim, somos ecológica, genética, social, cultural e intelectualmente determinados. Como poderíamos dispor de liberdade? (pág.268) * LIVRO: O Método 5 - a humanidade da humanidade - a identidade humana // AUTOR: Edgar Morin // EDITORA: Meridional/Sulina // Porto Alegre: 2007.
QUEM? Francis Fukuyama (1952). Filósofo e economista nipo-estadunidense. * COMENTÁRIO Até os célebres e notáveis estão sujeitos a equívocos, isso é certo. Um bom exemplo disso foi o anúncio de Francis Fukuyama do fim da história, cujo desmentido do próprio não tardou em contradizê-lo, o que por si, como evento epistemológico, dispensa maiores comentários. Independentemente de situações desconfortáveis como essa, é justo registrar também que esse equívoco flagrante não impidiu o mesmo autor de seguir adiante e escrever um outro livro muito interessante, que é: O Nosso Futuro Pós-Humano- Consequências da revolução da biotecnologia. Na citação, vemos a preocupação latente do autor quanto ao futuro da humanidade diante do fenômeno inusitado do pós-humano e suas infindáveis consequências. Da Redação. * CITAÇÃO “Poderíamos assim emergir do outro lado de uma grande linha divisória entre história humana e pós-humana sem nem mesmo perceber que o divisor de águas fora rompido porque teríamos sido cegos ao que era essa essência [humana].” (pág.111) * LIVRO: Nosso Futuro Pós-Humano // AUTOR: Francis Fukuyama // EDITORA: Rocco // Rio de Janeiro: 2003
QUEM? Jürgen Habermas (1929). Filósofo e sociólogo alemão. * COMENTÁRIO O futuro da humanidade, inclusos aí sua essência e natureza, sempre foi tema cativante. E a tentação de se debruçar sobre ele é uma realidade consumada. Muitos o fizeram. Todavia, sendo esta uma temática mais do que espinhosa, poucos obtiveram êxito em suas incursões. Porém, finalmente traduzido e publicado em língua portuguesa, temos a oportunidade única, e sem dúvida importante, de ter acesso a uma das mais exponenciais obras epistemológicas do século XX que trata disso: O Futuro da Natureza Humana de Jürgen Habermas. Livro interessantíssimo que, ao contrário do que parece, é de uma clareza e objetividade fantásticas. A temática abordada é a do pós-humano. O contexto é a clonagem, a eugenia, os avanços tecnocientíficos da contemporaneidade, a cultura pós-moderna do homo-sapiens-demens-economicus e consumas, que, inauguradoramente converge para um fenômeno que em si, pode mudar dramaticamente a face da humanidade. * CITAÇÃO “Tememos, não sem razão, que surja uma densa corrente de ações entre as gerações, pela qual ninguém poderá ser responsabilizado, já que ela transpassa de forma unilateral e na direção vertical as redes de interação contemporâneas.” * LIVRO: O Futuro da Natureza Humana // AUTOR: Jürgen Habermas // EDITORA: Martins Fontes // São Paulo: 2004
QUEM? Hans Jonas (1903/1993). Filósofo alemão. * COMENTÁRIO Uma das principais qualidades de um filósofo é propor sempre novas questões. Mantendo inabalável a certeza plácida de não encontrar as respostas procuradas, além, é claro, de deparar-se pelo caminho com novas perguntas e problematizações. Como nos ensina Edgar Morin, problematizar implica em novas problematizações, que implicam outras problematizações, numa espécie de anel recursivo interminável (EDGAR MORIN 2007:299). Na citação escolhida, extraída do livro O Princípio Responsabilidade - Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica, vemos Jonas, este brilhante e respeitado pensador da contemporaneidade, exibir outras duas qualidades - diria eu - imprescindíveis a um filósofo e a uma boa reflexão: clareza e concisão. Da Redação. * CITAÇÃO "Todo o Ser vivente é seu próprio fim, e não tem necessidade de outra justificativa qualquer.”(pág.175) * LIVRO:O Princípio Responsabilidade - Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica // AUTOR: Hans Jonas // EDITORA: PUC-Rio // Rio de Janeiro: 2006.
QUEM? Edgar Morin (1921). Antropólogo, sociólogo e filósofo francês. * COMENTÁRIO Edgar Morin pensa e escreve muito bem. Seus textos contêm aspectos lúdicos e didáticos que fazem o leitor literalmente viajar na teoria como se estivesse lendo um romance. Suas postulações são impregnadas de sentimento e afetividade, e sua clareza chega a ser espantosa. Como recurso literário, utiliza-se de analogias e metáforas brilhantes. A citação escolhida que versa sobre a consciência humana - flor rara - foi compilada do seu livro O Método 5 - a humanidade da humanidade - a identidade humana. Para ler e refletir. * CITAÇÃO "Frágil e incerta como a chama de uma vela, pisca, oscila, pode desaparecer ou iluminar-se. O menor sopro pulsional pode apagá-la; corre o risco de ser alterada por um mínimo desarranjo químico da maquinaria cerebral. Trata-se de uma vigilante vacilante, acima das formidáveis e múltiplas atividades inconscientes do organismo, do cérebro, da sociedade, da história. Nascida na história, vivendo a sua história, submetida à história, um golpe de vento histórico e histérico pode apagá-la." (pág.114) * LIVRO:O Método 5 - a humanidade da humanidade - a identidade humana // AUTOR: Edgar Morin // EDITORA: Meridional/Sulina // Porto Alegre: 2007.