QUEM?
Alexandre Quaresma (1967). Escritor e editor desse blog.
*
COMENTÁRIO
Sigmundo Freud, como todos nós sabemos, foi um médico neurologista austríaco que ficou conhecido por ser o 'pai' da psicanálise. E foi também ele o primeiro a pensar aspectos mais profundos e até inconcientes do ser humano de maneira realmente inauguradora. Sua obra reflete um amplo conhecimento desse ser em metamorfose que, sem dúvida, possui recantos e recontidos psíquicos desconhecidos dele mesmo.
*
Todavia, minha crítica a esse mestre fundador da própria disciplina psicanálise torna-se por um lado terrível e até covarde, já que o mesmo não pode refutá-la pessoalmente com sua capacidade intelectiva exacerbada porque infelizmente não se encontra mais entre nós. Ainda assim e por outro lado ela (a crítica) segue adiante, e vai ao mundo mais num sentido de humor fino talvez, dirigido ao próprio meio psicanalítico com a intensão de provocar uma reflexão acerca de um dos conceitos principais desse genial pensador.
*
Assim, acrescento - antes de apresentar o aforismo propriamente dito - apenas mais uma breve consideração: talvez a cochilada do mestre tenha sido confundir dois elementos muito semelhantes, porém determinantemente diferentes em suas próprias manifestações e simbolismos inerentes mais estruturais, a saber: pênis e falo.
*
AFORISMO
Só o falo emite. O pênis urina.
*
CONCLUSÃO
A inveja - então - não seria do pênis propriamente dito, e sim do falo. O pênis, em seu estado original de repouso constante, indica apenas o sexo de seu portador, e pouco tem a ver com a libido ou mesmo com a hereditariedade humana, já que assim, funciona somente como excretor dos dejetos líquidos do organismo humano. Já o falo ereto sim, significa poder, e é temido e invejado por seus semelhantes humanos, sejam eles homens ou mulheres, por ser emissor de valores sígnicos, semióticos e filogenéticos, que podem determinar o presente e até mesmo o futuro do gozar e do por-gozar. Fica aqui, registrada, essa reflexão aforística erétil, fálica e peniana, para internauta escriba ler, pensar e se deleitar.
*
Da redação.
*
PS: Post dedicado à minha preceptora Christina Garcia.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
AFORISMO SEMIÓTICO-PSICANALÍTICO ESCRIBA: UMA BREVE COCHILADA DO MESTRE DA PSICANÁLISE SIGMUND FREUD
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sexta-feira, 22 de abril de 2011
ESCRIBA: UMA IMPROCEDENTE TENTATIVA DE DESQUALIFICAÇÃO DO HUMANO
QUEM?
Alexandre Quaresma (1967). Escritor e editor deste blog.
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CRÍTICA
Os pós-humanistas que insistem em desqualificar o corpo humano ignoram, entre outras coisas, o fato de dependerem completamente desse mesmo ser biológico magnífico e extremamente complexo, até mesmo para chegarem às suas conclusões equivocadas e estapafúrdias, certo, subutilizando-o.
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segunda-feira, 4 de abril de 2011
CRÍTICA BIOÉTICA ESCRIBA: O QUE NINGUÉM DIZ SOBRE A CRISE DE FUKUSHIMA EM QUATRO BREVES PARÁGRAFOS

sexta-feira, 1 de abril de 2011
A CRENÇA DO ARTISTA E O INOMINÁVEL PELO NOBEL DE LITERATURA ALEXANDER SOLZHENITSYN

CITAÇÕES********************************************************** "Um artista acredita ser o criador de um mundo espiritual independente; carrega em seus próprios ombros a tarefa de criar esse mundo, de povoá-lo e assumir total responsabilidade por ele; mas desmorona sob a carga, porque nenhum gênio mortal é capaz de sustentar tanto peso. É como um homem comum que, após ter declarado ser o centro da existência, não consegue criar um sistema espiritual equilibrado. E se ele fracassar, acusará a antiga falta de harmonia no mundo, ou a complexidade da desconjuntada alma moderna, ou então a burrice do público." (pág27) **************************************************************************** "Nem tudo pode receber um nome. O significado de algumas coisas transcende as palavras. A arte pode inflamar até uma alma entrevada e regelada e levá-la a uma alta experiência espiritual. A arte nos proporciona às vezes - de maneira rápida e vaga - revelações que não podem ser fruto do pensamento racional" (pág30)
LIVRO: Uma Palavra de Verdade... // AUTOR: Alexander Solzhenitsyn // EDITORA: Hemus // Riode Janeiro: 1972 3a. edição
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quinta-feira, 31 de março de 2011
REFLEXÃO PRAGMÁTICA ACERCA DA MORTE

terça-feira, 29 de março de 2011
ROMANCE BAUDOLINO DE UMBERTO ECO: A CONCEPÇÃO DE DEUS SEGUNDO A PERSONAGEM IPÁSIA

QUEM?
Umberto Eco (1932). Escritor e semioticista.
* COMENTÁRIO
Deus enquanto concepção e significação simbólica suprema de fé e/ou descrença sempre foi um assunto controverso e escorregadio que se encontra longe de achar repouso enquanto conclusão definitiva, até porque, seu pleno compreendimento enquanto dinâmica complexa de interação sígnica passa - inevitavelmente - pela questão basilar da subjetividade singular de cada um. Ou seja, não há como esperar devoção, por exemplo, dos que não crêem na hipótese de sua existência. Daí, dessa contingência, é que surgem as intermináveis pinimbas e desentendimentos oriundos sempre dos que desejam impor sua fé aos demais que não comungam das mesmas convicções. E, desse nó Górdio, por assim dizer, se originam todos os desentendimentos que alimentam as maiores e mais dramáticas formas de intolerância, que, por sua vez, levam aos horrores das principais guerras da história e da civilização. Na citação retirada do romance Baudolino, vemos a personagem Ipásia descrever sua concepção de Deus.
* CITAÇÃO
"[Ipásia] Disse: 'Deus é Único, e totalmente perfeito que não se parece com nenhuma das coisas que existem e com nenhuma das coisas que não existem; não o podes descrever usando a sua inteligência humana, como se fosse alguém que se deixa levar pela ira, se és mau, ou que se ocupa de ti por bondade, alguém que tenha boca, orelhas, rosto, asas, ou que seja espírito, pai ou filho, nem mesmo de si próprio. Do Único não podes dizer que existe ou que não existe, tudo abrange mas nada é; podes nomeá-lo apenas através da dessemelhança, porque é inútil chamá-lo Bondade, Beleza, Sabedoria, Amabilidade, Potência, Justiça, seria o mesmo que chamá-lo de Urso, Pantera, Serpente, Dragão ou Grifo, pois, não importa o que disseres, nunca poderás exprimi-lo. Deus não é corpo, figura, ou forma, não tem quantidade, qualidade, peso ou leveza, não vê, não ouve, não conhece desordem e perturbação, não é alma, inteligência, imaginação, opinião, pensamento, palavra, número, ordem, grandeza, não é igualdade nem desigualdade, não é tempo nem eternidade, é uma vontade sem objetivo; procura entender, Baudolino, Deus é uma lâmpada sem chama, uma chama sem fogo, um fogo sem calor, uma luz escura, um rumor silencioso, um relâmpago sem rumo, uma escuridão luminosíssima, um raio da própria treva, um círculo que se espande contraido-se no próprio centro, uma multiplicidade solitária, é... é...'" (pág376) [...] "Vês que ainda podes tornar-te sábio, Baudolino? Disseste em certa medida. Apesar do erro, uma parte do Único permaneceu em cada um de nós, criaturas pensantes, e também em cada uma das outras criaturas, dos animais aos corpos mortos. Tudo o que nos circunda é habitado por deuses, as plantas, as sementes, as flores, as raízes, as fontes, cada um deles, embora sofrendo por ser uma péssima imitação do pensamento de Deus, não quereria mais do que reunir-se com ele. Devemos encontrar a harmonia entre os opostos, devemos ajudar aos deuses, devemos reavivar estas centelhas, estas lembranças do Único, que jazem ainda sepultadas em nossa alma e nas próprias coisas." (pág380)
* LIVRO: Baudolino // AUTOR: Umberto Eco // EDITORA: Record, Rio de Janeiro, 2001
sexta-feira, 4 de março de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
A INVENÇÃO DA ESCRITA E A PROFISSÃO DO ESCRIBA POR VERE GORDON CHILDE

Vere Gordon Childe (1892/1957). Filólogo australiano que se especializou em arqueologia.
*
COMENTÁRIO
Os escribas, como atividade profissional, floresceram junto com as civilizações que os geravam, pois eram eles que compilavam, escreviam, contabilizavam, copiavam e imortalizavam os conhecimentos que surgiam através dos tempos e das épocas, permitindo assim que pudessem ser reproduzidos e repassados para um maior número de pessoas, e que pudessem ser levados adiante bem além da limitação de uma geração. Trata-se de um momento histórico único e divisor de águas no que concerne a cultura humana. Eles eram figuras centrais também na manutenção da contabilidade das primeiras instituições humanas, mantendo um controle tal que poderia ser acessado por qualquer outra pessoa e/ou integrante do grupo a que pertecia, e que dominasse igualmente o código matemático e o da escrita. Esses homens foram importantíssimos no desenvolvimento da cultura humana através dos tempos, e é disso que Gordon Childe nos fala em seu excelente livro O homem se faz a si mesmo, traduzido no Brasil como A Evolução Cultural do Homem.
*
Nas citações, vemos o autor descrever essa importante relação cultural com uma riqueza de detalhes surpreendente, mostrando o inequívoco papel de destaque que esses profissionais da escrita tiveram na evolução humana através da história.
*
CITAÇÕES
"A circunstância feliz de terem os sumerianos adotado a argila como seu material de escrita, e tornado imperecíveis seus documentos cozendo-a, permite-nos seguir a história da escrita, desde seu início na Mesopotâmia. Mostra o desenvolvimento da escrita e da vida urbana avançando passo a passo. Não é por acaso que os mais antigos documentos escritos do mundo são contas e dicionários. Eles revelam as várias necessidades práticas que levaram à invenção da escrita sumeriana. Em parte alguma pode a origem econômica prática da escrita ser demonstrada tão claramente, porque em parte alguma pode essa arte ser acompanhada desde seu ponto de partida. Outros povos provavelmente começaram a escrever em materiais perecíveis, e só aplicaram sua escrita a inscrições em substâncias mais duráveis quando ela já estava bem adiantada. Os mais antigos documentos egípcios que sobreviveram são nomes e títulos em selos e vasos, notas de contas ou inventários, e breves registros de acontecimentos em pedaços de madeira encontrados nos túmulos reais da Primeira e Segunda Dinastias, em Abidos. Nessa época (3200 ou 3000 a. C., quando muito) o sistema já era muito mais maduro que o dos mais antigos documentos sumerianos." (pág180)
*
"A invenção da escrita foi assim, provavelmente, em toda parte como na Suméria, inspirada pelas necessidades práticas da economia urbana. Admite-se que a escrita sumeriana foi inventada, e a princípio usada exclusivamente, pelos sacerdotes. Mas estes não a inventaram em sua condição de ministros da superstição, mas de administradores de propriedades terrenas. Como os ecribas egípicios e minóicos, eles usaram a invenção inicialmente não para finalidades mágicas e litúrgicas, mas para objetivos práticos e para a administração. A invenção da escrita (como a definimos) realmente marca época no progresso humano. Para nós, modernos, ela parece significativa principalmente porque oferece uma oportunidade de penetrar no pensamento mesmo de nossos ancestrais culturais, ao invés de tentarmos deduzi-lo através de suas manifestações imperfeitas nos fatos. Mas a verdadeira significação da escrita é que está destinada a revolucionar a transmissão do conhecimento humano. Através dela, o homem pôde imortalizar sua experiência e transmiti-la diretamente a contemporâneos que vivem distantes e a gerações que ainda não nasceram. É o primeiro passo para a elevação da ciência acima dos limites do espaço e do tempo. A utilidade das primeiras escritas, para essa alta missão, não deve ser exagerada. Elas não foram inventadas como meio de publicação, mas para as necessidades práticas das corporações administrativas. As primeiras escritas sumerianas e egípcias eram instrumentos bastante imperfeitos para a expressão de ideias. Mesmo depois de um processo de simplificação, que durou mais de 2.000 anos, a escrita cuneiforme empregava entre 600 e 1.000 caracteres distintos. Antes que pudesse ler ou escrever, o aluno tinha que decorar esse volume formidável de sinais e aprender as regras complexas de sua combinação. Os hieroglifos egípcios e as escritas hieráticas, apesar de seus elementos alfabéticos, continuavam sobrecarregados com uma surpreendente quantidade de ideogramas e determinativos, de modo que o número de caracteres exigido equivalia a cerca de 500. Nessas condições, a escrita era inevitavelmente uma arte de fato difícil e especializada, que tinha de ser aprendida através de longo estudo. A leitura continuava sendo uma iniciação misteriosa, só conseguida pelo ensino demorado. Poucos possuíam o tempo ou o talento para penetrar nos segredos da literatura. Os escribas eram uma classe relativamente limitada na antiguidade oriental, como na Idade Média. Esta classe, é certo, jamais se transformou em casta. A admissão às escolas não dependia de nascimento, embora não se saiba exatamente como todos os alunos eram selecionados. Mas o 'público ledor' deve ter sido uma minoria bem reduzida, em meio a uma grande população de analfabetos. A escrita era, na verdade, uma profissão, como a metalurgia, a tecelagem ou a guerra. Mas era uma profissão que desfrutava posição privilegiada e oferecia perspectivas de progresso a postos, poder e riqueza. A alfabetização era, assim, valorizada não como uma chave para o conhecimento, mas como uma possibilidade de prosperidade e avanço na escala social. (págs.181-182-183)
*
"Na prática, reis, sacerdotes, nobres e generais se opõem a camponeses, pescadores, artesãos e trabalhadores. E nessa divisão de classes o escriba se coloca entre os primeiros: a escrita é uma profissão 'respeitável'." (pág184)
*
"A imortalização de uma palavra na escrita deve ter parecido um processo sobrenatural; foi, sem dúvida, uma mágica o fato de que um homem há muito desaparecido da terra dos vivos ainda pudesse falar numa tabuinha de argila, ou num rolo de papiro. As palavras assim ditas deviam possuir uma espécie de mana. Dessa forma, os homens cultos no Oriente, como os eruditos na Idade Média, podiam voltar-se para os livros, de preferência à natureza." (pág184-185)
*
"Mas as escolas para escribas funcionaram como o que hoje chamaríamos de institutos de pesquisas. Mesmo para as finalidades de ensino, era necessário organizar e sistematizar o conhecimento a ser transmitido. O posto de instrutor dava oportunidades e ocasião para acréscimos ao conhecimento, por uma espécie de pesquisa teórica." (pág185)
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LIVRO: A Evolução Cultural do Homem // AUTOR: Gordon Childe // EDITORA: Zahar // Rio de Janeiro: 1968.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
SABEDORIA 'FRANCISCANA' SOBRE O ÂNIMO

Dr. Francisco Rodrigues de Miranda (1918/1994). Alagoano, marido de Dona Ziláh, advogado, promotor da Justiça, filósofo amador sarcástico e avô desse Editor que aqui escreve.
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COMENTÁRIO
Caros Leitores, meu avô era - sem exagero - um homem fabuloso. Um exemplo para a família e para os amigos. Pessoa séria e simples, de hábitos sóbrios e bondade flagrante. No campo profissional lutou ferrenhamente contra a ditadura militar e, por isso, foi cassado e distituído de seu cargo de promotor. Ficou sem receber salários condignos com sua posição conquistada através de concurso público por muito tempo, até ser anistiado e poder reaver seus proventos através de ações legais. Devido a isso, praticamente não gozou dos benefícios e poucas benesses que essa profissão oferecia, como a estabilidade financeira; mas isso não alterou em nada sua dignidade e seu caráter, pois realizava-se com o pouco-muito que é ter a família e os amigos por perto e bem de saúde. Boa praça, era amante da literatura e praticamente 'descobriu' o nosso cultuado poeta Manoel de Barros, de quem era amigo pessoal. Das alegrias dele, que me lembro, viajar era a maior. E, sempre parando - claro - em todas aquelas barraquinhas de beira de estrada que vendem frutas e outras iguarias e alegrias de quintal que ele adorava trazer para a cidade, talvez como forma de 'reapresentificar' a vida simples do interior, da qual tanto gostava e tinha saudades.
*
Bem, fato é que - independentemente desse brevíssimo histórico relatado, pura digreção, diga-se - esse respeitável Senhor patriarca máximo de nossa família, vira e mexe, soltava uma pérola do pensamento crítico e bem humorado que ostentava por trás daquela velha calma alagoana. Assim, ofereço ao deguste dos meus prezadíssimos Leitores essa verdadeira jóia do cinismo e da sabedoria universal de todos os tempos sobre o ânimo.
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Da Redação.
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AFORISMO
"Não desanimeis! Animais, como eu!"
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
RUBEM ALVES: METODOLOGIA CIENTÍFICA, O CALDEIRÃO BORBULHANTE DE FATORES QUE GERAM AS REALIDADES

Rubem Alves (1933). Psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro.
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CITAÇÃO
"Não há motivos para espanto. Isto, que acabamos de sugerir, é que aquilo a que os especialistas dão o nome de contexto da descoberta: o caldeirão borbulhante de fatores biográficos, sociais, emoções, intuições de onde surgem não só as teorias como também os poemas, as sinfonias, as utopias." (pág.169)
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COMENTÁRIO
Quando uma obra literária de divulgação científica alcaça a decíma sétima edição é porque já passou pelo crivo mais importante em termos editoriais: o leitor. Nessa situação, qualquer comentário ou crítica mais elaborado deixa de ter sentido, pois são, no mínimo, uns 17 mil livros editados 'seguindo' pela vida por si sós e sendo lidos a torto e a direito por aí, ilustrando e encantando. No caso desta, que destacamos hoje, não há a menor sombra de dúvida quanto à sua qualidade: Filosfia da Ciência, introdução ao jogo e suas regras, por Rubem Alves. Na obra o autor revela a verdadeira natureza do cientista que, despido de sua roupagem mítica, imaculada, utópica e quase celestial, é percebido e contextualizado como deve ser: como um ser humano falível e mortal, suceptível às mesmas mazelas e tentações como os demais seres contíguos e coetâneos que gozam de tal condição frágil e carnal de viventes nesse mundinho.
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Na citação vêmo-lo fazer referência à metodologia científica que, em tese, por deduções e experimentações protocolares, seria capaz de nos capacitar a inferir um julgamento de valor procedente e fundamentado diante de um problema dado qualquer.
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LIVRO: Filosofia da Ciência, introdução ao jogo e suas regras // AOTOR: Rubem Alves // EDITORA: Brasiliense // São Paulo: 1993.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
FERREIROS E MÁGICOS: OS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS MAIS ANTIGOS DA HISTÓRIA HUMANA POR GORDON CHILDE

Vere Gordon Childe (1892/1957). Filólogo australiano que se especializou em arqueologia. Autor de diversas obras importantes dessa segunda disciplina como A Evolução Cultural do Homem (1965).
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COMENTÁRIO
Vere Gordon Childe foi um homem estudioso, arqueólogo renomado de erudição notória. Suas pesquisas e descobertas fundaram a maioria das nossas convicções acerca dos misteriosos hábitos dos homens Pré-Históricos. Através de fragmentos e muita dedicação, ele, junto com seus colegas de profissão, foi literalmente desenterrando a história desse tempo. É impressionante o que ele constatou em suas escavações. São jarros, cestos, cerãmicas, metais, tumbas, ornamentos, ferramentas, armas, amuletos, enfim, uma riqueza sem limites para os amantes da arqueologia e que, com muitíssima dedicação, transformaram-se em dados e informações que compõem um mosaico relativamente confiável dessa impressionate aurora humana no planeta Terra. E, convenhamos, foi uma evolução brutal: do molde do barro à fundição de metais, do chumbo ao bronze e depois o ferro. Moldar as matérias da Natureza pareceu ao homem ato de criação, e era. Do domínio do fogo passando pela Pedra Lascada, as primeiras ferramentas e armas, a roda, a vela, a escrita e a matemática, enfim, o ser humano nunca mais pararia de inventar suas novas maneiras de se adaptar, controlar e explorar o ambiente que o contém. É a aventura humana na Terra seguindo sempre adiante. É o ser humano moldando o seu próprio futuro com a argila nodosa desse amanhã difuso e improvável que culmina hoje conosco, os modernos e pós-modernos.*
Tudo isso, como veremos, muitíssimo ligado à sobrevivência, à permanência dos grupos humanos das primeiras sociedades agrícolas, intimamente ligado à economia, à produção de alimentos e aos excedentes desses que poderiam assim alimentar esses novos profissionais especializados que nasciam em meio à cultura.
*
CITAÇÕES
"A tarefa do ferreiro era mais complicada e exigente que a do ceramista, o conhecimento necessário era mais especializado. É duvidoso que a metalurgia pudesse ser praticada como uma indústria doméstica, nos intervalos do trabalho agrícola. Entre os bárbaros de hoje, os ferreiros são especialistas, e o trabalho do metal provavelmente sempre foi uma ocupação absorvente demandando todo o tempo do trabalhador. O ferreiro pode portanto, ser o trabalho especializado mais antigo, com exceção do mágico. Mas uma comunidade só pode ter um ferreiro se dispuser de um excedente de alimentos: o ferreiro, estando afastado da produção de alimento, deve ser alimentado com o excedente não consumido pelos agricultores. O uso industrial do metal pode, assim, ser considerado como indício da especialização do trabalho, e de que o abastecimento de alimentos da comunidade excede suas necessidades normais." (pág123)
*
"O mágico pode ter sido o primeiro artesão independente, o primeiro membro de qualquer comunidade a ter direito ao produto excedente da busca coletiva de alimento, sem contribuir para ela com sua atividade física. Mas a vara do mágico é o embrião de um cetro, e os reis históricos ainda conservam muitos ornamentos de seu posto mágico." (pág138)
*
LIVRO: A Evolução Cultural do Homem // AUTOR: Gordon Childe // EDITORA: Zahar // Rio de Janeiro: 1968

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
A ARTE DO ARQUEÓLOGO E DO HISTORIADOR POR GORDON CHILDE

Vere Gordon Childe (1892/1957). Filólogo australiano que se especializou em arqueologia. Autor de diversas obras importantes dessa segunda disciplina.
*
COMENTÁRIO
Aqui, nessas breves citações, veremos a definição do autor para o trabalho do arqueólogo e para a missão do historiador. Duas disciplinas que estudam a natureza do humano de todos os tempos e que ajudam a responder à mais primordial de todas as perguntas que nos assombram: quem somos nós?
*
Numa só palavra: sensacional!
*
CITAÇÃO
"Os pensamentos e crenças dos homens pré-históricos pereceram irrecuperavelmente, exceto na medida em que foram expressos em ações de consequências duráveis e podem ser recuperados pela pá do arqueólogo." (pág60)
*
"A tarefa do historiador seria ressaltar o que é essencial e significativo na longa e complexa série de acontecimentos que examina." (pág21)
*
LIVRO: A Evolução Cultural do Homem // AUTOR: Gordon Childe // EDITORA: Zahar // Rio de Janeiro: 1968

domingo, 16 de janeiro de 2011
GORDON CHILDE: APEGO À VELHAS TRADIÇÕES COMO MODO DE NÃO TER QUE PENSAR AUTENTICAMENTE

Vere Gordon Childe (1892/1957). Filólogo australiano que se especializou em arqueologia. Autor de diversas obras importantes dessa segunda disciplina.
*
COMENTÁRIO
Certos autores possuem o dom da oratória perfeita - digo - da redação perfeita, de tal forma que parecem nos falar aos ouvidos enquanto os lemos em seus magníficos livros de pesquisa e histórias. É, certamente, o caso desse perito em épocas pré-históricas como as Idades Neolíticas e do Bronze na Europa e Oriente Próximo, respeitado e renomado por seus conhecimentos e erudição. Ler A Evolução Cultural do Homem de Gordon Childe é mergulhar fundo nesse vasto e fascinante prospectar de raízes da nossa própria humanidade enquanto conformação filogênica. A despeito de ser um arqueólogo renomado e extremamente técnico (um especialista), o autor consegue ser - nessa obra - coloquial e acertivo em nos transmitir seu intrincado e inteligente panorama da formação biológica e cultural desse ser vulgarmente conhecido como Homo Sapiens.
*
Na citação, vemos o autor com seu estilo cortante e elegante de transmitir suas ideias. Um clássico antroposóciocultural extremamente relevante acerca da história do ser humano, recomendação Escriba com classificação 5 peninhas.
*
Da Redação.
*
CITAÇÃO
"Os homens se apegam apaixonadamente às velhas tradições e revelam uma relutância intensa em modificar modos habituais de comportamento, como os inovadores de todas as épocas verificam à sua própria custa. O peso do conservantismo, em grande parte uma aversão preguiçosa e covarde pela cansativa e penosa atividade de pensar autenticamente, sem dúvida retardou o progresso humano, no passado mais do que hoje." (´pág.45)
*
LIVRO: A Evolução Cultural do Homem // AUTOR: Gordon Childe // EDITORA: Zahar // Rio de Janeiro: 1968

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
GREGOS DE ESPARTA: À CAÇA DE HUMANOS POR ROBERT FLACELIÉRE

Robert Flaceliére (1904). Estudioso do grego clássico nascido em Paris, França.
*
COMENTÁRIO
O grego, e especialmente o espartano, vivia em função da guerra. A caçada fazia parte do treinamento militar desses povos antigos. Como não havia boa e farta caça na Ática do século de Péricles (450 a 350 aC.), os gregos de Esparta - na falta de coisa melhor para praticar a destreza e a astúcia - caçavam hilotas. Sim, soldados escravos, estrangeiros capturados em batalha, povos e populações vencidos, enfim, todos os bárbaros e gentios não gregos considerados inferiores e indignos de respeito e/ou consideração, e que eram encorporados a seus exércitos como uma espécie soldados de infantaria. Era a brutal caçada a humanos. Vejamos o que nos conta sobre isso Robert Flaceliére, perito no assunto Grécia Antiga.
*
CITAÇÃO
"A caça e a pesca eram, como hoje, para uns, um verdadeiro ofício; para outros, uma simples distracção. Na sua Cinegética Xenofonte considera a caça como uma parte necessária e importante da educação do adolescente, porque exercita o corpo, habitua o homem ao perigo e prepara-o assim para a guerra, mas semelhantes ideias achavam maior favor na Lacónia do que na Ática, sendo inspiradas a Xenofonte pela sua admiração por Esparta, onde até se pratica a caça aos hilotas, ou seja, ao homem." (pág.205)
*
LIVRO: A Vida Quotidiana dos Gregos no Século de Péricles // AUTOR: Robert Flaceliére // EDITORA: Livros do Brasil // Lisboa: 1937.
*

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
A VIDA QUOTIDIANA DOS GREGOS POR ROBERT FLACELIÉRE

Robert Flaceliére (1904). Estudioso do grego clássico, nascido em Paris, França.
*
COMENTÁRIO
O livro A Vida Quotidiana dos Gregos de Robert Flaceliére é uma verdadeira maravilha. Lê-lo faz com que embarquemos numa extraordinária viagem de conhecimentos e cultura através do passado, retornando ao fascinante Século de Péricles nos tempos clássicos da Grécia Antiga. Como profundo conhecedor do assunto que é, o autor nos revela os pormenores da vida desses homens e mulheres que, com sua cultura inauguradora e singular, fundaram muitos dos parâmetros e alicerces civilizatórios com os quais convivemos intimamente até os dias atuais, e a importância deles na nossa própria maneira de conceber o mundo à nossa volta. Deixando de lado - extraordinariamente - essa visão deformada de uma Grécia idealizada e 'perfeita' que a maioria dos autores gosta de retratar e, ainda, abstendo-se igualmente de mergulhar muito a fundo nas obras dos grandes mestres da época - seja da filosofia, seja da proza e da lírica - esse autor se debruça com extrema habilidade e competência nos pormenores do dia a dia do grego antigo, criando assim uma imagem vívida desse povo que influenciou a humanidade desde seu longínquo tempo pregresso: 450 a 350 aC.
*
Na primeira citação, vale notar que algumas semelhanças - como as nossas feiras-livres e o Ágora grego no bairro do Cerâmico, lugar onde se fabricavam os recipientes para os dois principais produtos de exportação gregos, o azeite e o vinho - fazem-se tão gritantes, que fica difícil acreditar que quase 2.500 anos se passaram de lá para cá. Sobre os valores, vemos que, acima de tudo, como valor supremo, vigora o culto cultura à liberdade. Veremos também neste post a fundação da primeira escola de filosofia, e também a origem da pederastia na Grécia provando que o referido assunto se encontra emaranhado histórica e culturalmente com infindáveis outros aspectos da vida quotidiana grega antiga. Sem dúvida, curiosidades fabulosas dessa enorme e belíssima confusão antroposociocultural a qual chamamos 'civilização'.
*
Nas citações, escolhidas a dedo nesta belíssima obra, vemos várias passagens que compoêm um riquíssimo mosaico desta surpreendente cultura antiga que tanto marcou a história e os tempos da civilização humana na Terra, e que são o reflexo claro dessa excelente obra histórica e literária do estudioso francês Robert Flaceliére.
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Leitura fina constituída na erudição e no esclarecimento, numa prosa elegante e objetiva de um verdadeiro conhecedor do tema, na qual o atento Leitor - caso queira - poderá se deliciar, enquanto se torna, de quebra, mais informado e ilustrado acerca do que os gregos significaram para nós, pós-modernos.
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*
Da Redação.
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CITAÇÕES
Sobre o Ágora e sua diversidade sígnica e cultural:
"Todos os que dispõem de qualquer coisa para vender, escravos munidos de tecidos que acabam de fabricar, artífices do Cerâmico, de Mélite ou do Escabonidai, camponeses vindos das suas aldeias, antes do alvorecer, gentes de Mégara, tocando na sua frente os porcos, pescadores do lago Cópias, cruzam-se em todos os sentidos. Através das alamedas arborizadas, vão até os bairros que se dedicam às diversas mercadorias e que são separados por vedações móveis.Uns após os outros, de acordo com as hóras fixadas pelo regulamento, vão abrindo o mercado dos legumes, das frutas, do queijo, do peixe, da carne e dos enchidos, da criação e da caça, do vinho, da lenha, das loiças, dos objetos em segunda mão e das ferragens. Há até um canto para os livros. Cada mercador tem o seu lugar, assegurado por pagamento legal, à sombra de um toldo grande, ou de um guarda-sol, debaixo do qual expõe a sua mercadoria em cima de cavaletes perto do seu carro e dos animais em repouso. Os fregueses circulam, sãointerpelados: moços de recados e carregadores oferecem os seus serviços. Gritos, pragas e questões: os agorânomos não sabem a quem hão-de escutar. Quando os mercados ao ar livre se encontram fechados, a clientela dirige-se ao mercado coberto, um verdadeiro bazar à oriental, cujo fundo é ocupado pelos balcões." (pág.151)
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Sobre valores:
"Para os Gregos, enamorados da liberdade, depender de outrem para granjear o pão de cada dia, significava escravidão intolerável." (pág.131)
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Sobre a fundação da primeira escola de filosofia na Academia:
"Foi cerca de vinte anos depois de ele (Sócrates) ter bebido cicuta em 387 (aC.), o ano em que 'a paz do Rei' trouxe às cidades gregas uma certa tranquilidade, que Platão fundou a sua escola no ginásio da Academia. O professor e os seus discípulos procuravam em conjunto a verdade em longas discussões 'dialéticas', das quais os diálogos platônicos nos oferecem uma transposição literária. Mas não nos enganemos: essa espécie de universidade, a primeira que se abriu na Grécia, não era unicamente um local de ensino intelectual; era, ao mesmo tempo, uma espécie de comunidade religiosa, como a escola pitagórica, onde os filósofos e aprendizes de filósofo, unidos no culto das Musas, mas também pela memória do prestigioso Sócrates, se esforçavam por levar uma vida de grande pureza, a vida que prepara a alma, desembaraçada das impurezas do corpo, a subir após a morte à contemplação de Deus. A 'vida filosófica', com efeito, é uma preparação para a morte: absorve completamente o ser. É certo que Platão se não desinteressa da cidade terrestre, da qual traça o plano ideal (e utópico) na República e nas Leis, mas visa igualmente mais alto e mais longe - ao destino celeste do homem." (pág.129-130)
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Sobre a pederastia e o amor homosexual masculino como parte importante da cultura grega:
"Por muito desagradável que seja este assunto, é impossível passá-lo em claro: o amor dos rapazes desempenhou um papel demasiado importante na educação grega. Verifica-se, até, que a palavra 'amor' (eros) raramente se vê empregada nos textos da época clássica quando se trata da atração normal dos sexos e que a reservam quase exclusivamente ao amor homosexual. Um poeta como Ésquilo, que nunca representa no teatro o assunto dos Mirmidões o amor carnal de Aquiles e Pátroclo (quando a Ilíada apenas imaginou entre os dois heróis uma amizade calorosa mas pura). A tradição era tão forte na Grécia, nesse ponto, e tão persistente que, ainda na época romana, Plutarco, embora fosse ele próprio excelente marido e chefe de família numerosa, há-de crer-se obrigado a consagrar muitas páginas do seu Diálogo Sobre o Amor à demonstração de que as jovens, no fim de contas, também como os rapazes, eram capazes de inspirar um sentimento apaixonado! Argumentar-se-á que este estado de coisas provinha, em Atenas, do facto de as raparigas viverem reclusas e serem iletradas. Mas, em Esparta, onde elas se mostravam em público seminuas e onde os rapazes pouco cultivavam a inteligência, a pederastia abundava (ou calsava estragos) mais profunda e abertamente do que em Atenas. Em compensação, é inegável que a nudez dos jovens em casa do pedótriba favoreceu a pederastia. As numerosas pinturas de vasos, que representavam crianças e efebos praticando a ginástica, possuem inscrições do tipo de calos, que são outras tantas dedicatórias à 'formosos rapazes'. Mas é preciso ir mais longe. H.-I. Marrou teve razão - creio - em insistir sobre a origem militar da homosexualidade na Grécia. Limitou-se, de princípio, esta, em sua opinião, a ser uma forma de 'camaradagem guerreira' que viria a sobreviver à Idade Média helênica, mas se conservaria melhor nos estados dórios, que conheceram uma 'ossificação' arcaizante das suas instituições. Tudo se passa, de resto, aparentemente como si os próprios dórios tivessem levado esses custumes para Élade. A cidade grega, mesmo evoluída como a Atenas do século de Péricles, continua a ser um 'clube de homens', 'um meio masculino' interdito ao outro sexo, no qual a dedicação apaixonada de um homem (o erasta) e de um adolecente de doze a dezoito anos (o erómena) pode ser fomentadora de nobres sentimentos de honra e de coragem. O famoso 'batalhão sagrado' de Tebas, no século IV, é um exemplo típico da bravura colectiva sustentada e simentada por 'amizades especiais'. (pág.123-124).
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LIVRO: A Vida Quotidiana dos Gregos no Século de Péricles // AUTOR: Robert Flaceliére // EDITORA: Livros do Brasil // Lisboa: 1937.

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