Albert Camus é um escritor simplesmente fantástico. Autor de livros clássicos, como A Peste e O Estrangeiro, verdadeiras pérolas, e de muitos outros incríveis, como O Mito de Sísifo e A Inteligência e o Cadafalso, Camus era membro vitalício de uma extinta estirpe de escritores filósofos que, com suas inexoráveis capacidades criatívas, criaram obras antológicas da literatura mundial de todos os tempos. Antagonizador e contemporâneo de Sartre, era detentor de um estilo único, e escreveu com grande competência sobre a Argélia, sua terra natal. De origem pobre, Camus teve a sorte de encontrar um preceptor espetacular, que o conduziu ao ensino superior. Tendo identificado o jovem talento no ensino fundamental numa escola de periferia, tratou de plantar dentro dele a semente da literatura e do amor pelos livros. A citação que escolhi para este post vem do admirável livro A Queda, e faz referência à relação do personagem da estória em questão com o sexo oposto.
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CITAÇÃO
"Sejamos indulgentes e falemos de infermidade, de uma espécie de incapacidade congênita de ver no amor qualquer coisa mais que o ato. Esta enfermidade, afinal, era confortável. Conjugada com minha faculdade de esquecimento, favorecia minha liberdade. Ao mesmo tempo, por um certo ar de distanciamento e de independência irredutível que me dava, propiciava-me oportunidades para novos êxitos. À força de não ser romântico, eu dava um sólido alimento ao romanesco. As nossas amigas, com efeito, têm isto de comum com Bonaparte, pensam sempre ter êxito no que todo mundo fracassou." (pág. 45)
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LIVRO: "A QUEDA" // AUTOR: ALBERT CAMUS // EDITORA; RECORD // RIO DE JANEIRO, 2002, 12a. edição.
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