quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

OS MAGNÍFICOS ENSAIOS DE MONTAIGNE


QUEM?
Michel de Montaigne (1533-1592) Brilhantíssimo escritor e filósofo francês, que imortalizou o estilo literário Ensaio.
COMENTÁRIO
Ler de um só folego os Ensaios de Montaigne é obra hercúlea. Sim, porque são 504 páginas, coluna dupla, letra corpo 8, de conteúdo denso e escrito em linguagem da época: fina e rebuscada. Ainda assim, faz o leitor persistente indubitavelmente perceber, o rico universo de prosa livre e elegante do formato Ensaio - imortalizado pelo autor - além de gozar de um banho de cultura geral através de sua nobilíssima e incontestável sapiência, bem como saber detalhes interessantíssimos deste admirável tempo de outrora. Vale notar que Montaigne viveu exatamente naquelas décadas notáveis das grandes descobertas ultramarinas das quais nós, sul-americanos somos resultado, com suas intermináveis e sem número de barbáries brutais. Fora isso, através dos bem escritíssimos Ensaios, é possível conhecer a vida dos grandes personagens importantes da história antiga, escritores célebres e também, as intrigas da corte européia e, especialmente, refletir com ele sobre as questões filosóficas espinhosas e imortais, que o Mestre Michel de Montaigne destrincha como ninguém. Nesta citação, vemos a narrativa de uma trágica passagem da presença bárbara européia no Novo Mundo. Humano, nobre, crítico, sensível, filosófico, bem humorado, inteligente, talentosíssimo; numa palavra: Montaigne.
CITAÇÃO
"Para voltar a nossos coches, direi que desconheciam no Novo Mundo. Em lugar de carros, havia homens que carregavam os viajantes nos ombros. No dia em que o aprisonaram, o rei do Peru fazia-se assim transportar, sobre um assento de ouro, durante o combate. Queriam-no vivo os espanhóis, mas à proporção que matavam os carregadores, outros surgiam para substituir os mortos e o soberano só foi detido afinal quando um cavaleiro o derrubou por terra."
LIVRO: Coleção: OS PENSADORES // Volume: Michel de Montaigne // Livro: ENSAIOS I // Editora: Abril Cultural // São Paulo: 1972, 1a. edição

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