terça-feira, 12 de maio de 2009

UMA QUALIDADE PRECIOSA PARA VIDA POR ROMAIN ROLLAND

QUEM?
Romain Rolland (1866/1944). Talentoso novelista, biógrafo e músico francês. Ganhou o Prêmio Nobel de Literatura no ano de 1915. Sua sensível obra concilia o idealismo patriótico com um internacionalismo humanista, além de demonstrar profunda compreensão sobre a alma humana. Escreveu peças de teatro, biografias como a Vida de Beethoven e Mahatma Gandhi, e o espetacular romance Jean-Christophe. Em 1923, fundou a revista Europe. Romain Rolland fez uma importante observação sobre o livro O Futuro de uma Ilusão de Freud. Esta observação foi a premissa usada por Freud para escrever o seguinte livro: O Mal-estar na Civilização. Quando o filósofo político italiano Antonio Gramsci escreveu, na prisão, que o "pessimismo da inteligência" não deveria abalar o "otimismo da vontade", estava citando Romain Rolland.
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COMENTÁRIO
Escrever, sem dúvida, é um dom. E Romain Rolland tinha este dom. Escrevia com grande habilidade, num texto leve, direto e flúido, e dava seu recado com grande êxito além, é claro, de ser um artista do verbo escrito, ou seja, um mestre da pena. Vejamos esta belíssima passagem de Jean-Christophe, onde o autor, com muita precisão, descreve um padrão interessante na formação do caráter dos homens de sua época. Além disso, sem dúvida, um momento notável da literatura universal de todos os tempos.
Da Redação.
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CITAÇÃO
"Possuía a qualidade mais preciosa da vida: uma curiosidade juvenil, que os anos não alteravam, e que renascia todas as manhãs. Não tinha talento bastante para utilizar êsse dom, mas quanta gente de talento o teria invejado! A maioria dos homens morre dos vinte aos trinta anos; decorrido êsse período, nada mais são do que um reflexo de si mesmos; passam o resto da vida a macaquearem a si mesmos; e repetirem de modo cada vez mais mecânico e caricatural, o que disseram, fizeram, pensaram, amaram, no tempo em que eram." (pág266)
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LIVRO: Jean-Christophe // AUTOR: Romain Rolland // VOLUME: I // EDITORA: Globo // São Paulo // 1941

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