QUEM?
Honoré de Balzac (1799-1850). Brilhante romancista francês que é considerado um dos maiores nomes do realismo na literatura. Autor de A Comédia Humana, que reúne oitenta e oito obras que retratam a burguesia francesa de sua época . Curiosidade: as histórias da Comédia se interconectam, e os mesmos personagens aparecem em diversas estórias; interessantíssimo.
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COMENTÁRIO
Escrever bem, definitivamente, não é para qualquer um. Sim, porque para tal, é necessário possuir vários atributos e virtudes que vão, inevitavelmete, transparecer nos escritos. A redação é reflexo direto do olhar sensível do escritor para o mundo, para vida e, especialmente, de sua bagagem vivida, ou seja, do que viu e sentiu. É da experiência que surgem as grandes obras literárias. Ao deitar a pena e gravar em papel as palavras e sentenças, fluem ali, nada mais nada menos, do que a alma do autor e suas impressões e reflexões sobra a vida e a existência. Para escrever bem, além de alma, há também que se ter talento. E, vejamos: isso, definitivamente não é fácil. Diria até, por que não, que é necessário igualmente um pouquinho de sorte, ou melhor, estar alinhado na constelação com o planeta certo, na hora exata, num país propício... estas coisas. Trata-se destas misteriosas forças ocultas e insondáveis que regem e tramam a vida. Enfim, o que afirmo aqui, e temo não incorrer em erro, é que escrever bem é uma coisa rara e singular. Uma estrela cadente, uma luz fugidia na noite, em projeção no abismo vazio, na imensidão celeste. Algo muito além da vontade e da vaidade humana.
Balzac, sem sombra de dúvida, escrevia bem. Muito bem!
A citação escolhida vem de um livrinho de sebo, reencadernado belissimamente bem em capa dura, com aquelas fabulosas texturas antigas, que no meu lote de compra custou umas dez pratas, da novela entitulada O Coronel Chabert. Na voz do personagem, a estória traz o drama de um oficial graduado do exército francês, dado como morto numa célebre batalha e, de fato, para o horror do próprio, após ser abatido com um golpe de espada do crânio, este infeliz combatente acorda dentro de uma vala comum em meio a profusão de cadáveres, depois de um lamentável ataque de catalepsia. O sujeito em questão, desfigurado pela força brutal da guerra, tenta voltar à sua vida, e é quando se origina o início de seu verdadeiro drama. Um livro interessantíssimo com a marca genial do mestre Balzac.
Da redação Escriba.
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CITAÇÃO
"Os sofrimentos morais ao pé do qual empalidecem as dores físicas, excitam menos compaixão, porque não se vêem. Recordo-me de ter chorado num hotel de Strasburgo onde, noutros tempos, eu tinha dado uma festa e onde agora nada consegui, nem mesmo um pedaço de pão." (pag34)
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LIVRO: Honoré de Balzac // TÍTULO: O Coronel Chabert // AUTOR: Honoré de Balzac // EDITORA: Clube do Livro // São Paulo // 1951
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