sexta-feira, 6 de março de 2009

O VENTO MISTRAL POR ALPHONSE DAUDET

QUEM?
Alphonse Daudet (1840-1897), na foto - por conhecidência premeditada - com seu amigo e também escritor, o francês Frédéric Mistral (1830/1914), em Provance.
Daudet era escritor e romancista francês conhecido por seu estilo elegante que unia realismo e poesia. Em alguns contos, lança mão até do Realismo Fantástico, como estrutura de redação para expressar sua fina elegante prosa provencal. Escreveu, entre outras obras, os contos da coletânea Cartas de meu Moinho, e Cartas de Segunda-feira, contendo estórias belíssimas de leveza e profundidade sem igual.

CITAÇÃO
"Esta noite não consegui dormir. O mistral encolerizara-se e o estrépito de sua voz poderosa conservara-me acordado até pela manhã. Balançando penosamente as asas mutiladas, que oscilavam à brisa como as velas e o cordame de um navio, o moinho inteiro estalava. Telhas voavam do telhado fustigado pelo vento. Ao longe, o denso pinheiral que recobre a colina, agitava-se e rumorejavam na sombra. Podíamos imaginar-nos em pleno mar..." (pág124)

COMENTÁRIO
O mar pode assustar até quem está em terra firme, que dirá a bordo de um casca de noz, singrando por mares revoltos, em meio às ondas. Um vento mais forte, uma tempestade, podem mudar o destino de pessoas, e até de lugares, haja vista tufões, tornados, ciclones e toda a família de vendavais e furacões, que assolam os mares do Mundo desde de sempre. Quando começamos a navegar por aí, em tempos imemoriais, estivemos sempre sujeitos aos caprichos desta força imperativa e fantástica da natureza, que quando quer, se impõe, à revelia das vontades de nós, pobres humanos e mortais, em sua míseras naus. Ainda mais agora, em tempos de aquecimento global , degêlo de calotas polares, e mudanças drásticas no clima; pelo visto, a coisa tende a degringolar de vez, agitando ainda mais os ventos e os mares. Uma boa tempestade, mesmo em terra, nos faz lembrar à força e com bastante austeridade, quem é que 'manda no pedaço', ou melhor, no Planeta.
Afora a digressão, o Mistral - não o da foto, mas o fenômeno - é um vento catabático (da palavra grega katabatikos que significa "descendo colinas"), que transporta ar de alta densidade de uma elevação descendo a encosta devido à ação da gravidade. Estes ventos são por vezes chamados "ventos de Outono". O Mistral se caracteriza por ser um vento seco e frio dos quadrantes do norte que sopra no Sul da França, terra de nosso autor Alphonse Daudet.
Da redação Escriba.

LIVRO: Novelas // AUTOR: Alfhonse Daudet // Editora Melhoramentos // São Paulo // Sem data

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